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América do Sul

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Quando chegamos no Equador, foi inevitável começar a pensar na possibilidade de conhecer Galápagos, já que estaríamos tão próximos desse destino como nunca estivemos e como provavelmente nunca mais estaríamos.

Embora ilhas estejam fora do nosso roteiro por conta do alto custo para conhece-las (não dá para ir com o nosso carro, temos que pagar hospedagem, comer em restaurante, pagar passeios ou táxi, etc), a ideia de dar um pulinho em Galápagos não saía da minha cabeça, pois sempre foi um sonho visitar as ilhas que fazem parte desse arquipélago e ver todos os animais diferentes que vivem por lá.

Como meu aniversário estava se aproximando, convenci o Cris de que esse seria o presente perfeito para os meus 35 anos e que depois poderíamos viajar um mês a menos para compensar esses gastos extras que não estavam previstos. E, assim, nós partimos em direção a Galápagos! Uhuuu!!!

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De Quito são apenas duas horas de voo, mas apesar do curto trajeto, o preço é bem salgado e não costuma variar muito. Pagamos por pessoa 350 dólares e fomos com a Avianca. A TAME, uma companhia aérea equatoriana, também faz voos para lá, mas preferimos voar com uma empresa que já conhecemos. Não existia grande diferença de preço entre as duas.

Em Quito, assim como em São Paulo, perto do aeroporto existem vários estacionamentos baratos para deixar o carro e que te levam e buscam do aeroporto sem custo adicional. Paramos em um desses estacionamentos e pagamos 3,50 dólares por dia. Quando voltamos para buscar o carro, a dona ainda tinha lavado o Chulé sem nos cobrar nada.

Já no aeroporto de Quito temos que pagar uma taxa de 20 dólares por pessoa para poder ir para Galápagos (criança paga o mesmo valor que adulto) e depois passar a bagagem por um Raio X, onde irão verificar se não estamos levando nada de origem animal ou vegetal para as ilhas. Somente depois de verificada a bagagem e colocado um lacre é que podemos despachar a mala no guichê da companhia aérea.

Existem dois aeroportos em Galápagos: um na ilha de Santa Cruz e o outro na ilha de San Cristóbal. Escolhemos chegar por uma ilha e voltar por outra, assim economizaríamos um trajeto de barco voltando para ilha de origem para poder ir embora.

Nosso roteiro foi de 11 dias ao todo, 9 dias inteiros e achamos que foi um bom tempo para explorar bem as ilhas. Em Galápagos, as três principais ilhas habitadas são Santa Cruz (a mais desenvolvida), San Cristobal e Isabela. Nós optamos por ficar 4 dias em Santa Cruz, 3 dias em Isabela e 2 dias em San Cristobal.

Nosso voo chegou por Santa Cruz. Nesse aeroporto temos que pagar uma nova taxa, mais salgada, de 50 dólares por pessoa ( e criança paga metade). Para países que não fazem parte do Mercosul o valor é de 100 dólares. Abusivo, né?

O aeroporto fica bem distante, na parte norte da ilha, em Baltra. De lá até Puerto Ayora, em Santa Cruz, levamos quase uma hora para chegar. Saímos do aeroporto e pegamos um ônibus gratuito até um píer, de onde pegamos um taxi aquático que custou um dólar por pessoa apenas para cruzar um trecho bem curto e rápido. Do outro lado existe a opção de pegar um taxi (por 30 dólares) ou um ônibus por 2,50 dólares por pessoa. Pegamos o ônibus e viajamos por uns 50 minutos até a cidade de Puerto Ayora.

Percebemos que eles não têm muita regra para cobrar de criança. No taxi aquático o Dani pagou meia, no ônibus pagou inteira, e em várias outras situações que precisamos pegar táxi aquático cada hora era cobrado de um jeito e alguns barqueiros, inclusive, nem cobravam do Dani.

Apesar da distância e da quantidade diferente de transportes que precisamos pegar, foi bem tranquilo e rápido todo o trajeto.

Fechamos uma parceria com o hotel Red Magrove, em Santa Cruz, e ficamos hospedados lá pelos 4 dias que ficamos em Santa Cruz. É um hotel muito confortável e bonito, ficamos muito bem instalados esses dias e isso fez uma grande diferença para curtirmos ainda mais nossos dias em Santa Cruz. Chegávamos exaustos e morrendo de calor, e encontrávamos nosso quarto geladinho e sempre uma jarra de água fresca nos aguardando. Era bem gostoso.

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Existem opções de passeios em Galápagos para todos os bolsos. É possível ficar vários dias na ilha fazendo cada dia uma coisa diferente sem pagar nada ou pagando bem pouco, como também é possível passar todos os dias fazendo passeios com as agências e gastando em torno de 120 dólares por dia por pessoa.

Tem também a opção de fazer os minicruzeiros para visitar mais ilhas e gastar uns 2.000 dólares por pessoa (com sorte e conseguindo um cruzeiro de última hora é possível baixar esse valor para uns 1.500 dólares).

Para mim, a opção ideal seria o minicruzeiro, mas nós não poderíamos gastar todo esse dinheiro, então optamos por dividir nosso tempo entre as 3 principais ilhas para aproveitar os lugares legais e passeios de cada uma delas. No fim, não nos arrependemos da nossa escolha, pois o cruzeiro não teria sido bom para nós. Nos sentimos muito mal andando de barco em Galápagos, o mar é muito agitado e enjoávamos muito. Se tivéssemos ficado 8 dias dentro de um barco nauseados ou dopados com dramin teríamos apenas jogado dinheiro fora e aproveitado muito pouco.  

SANTA CRUZ

Ficamos os 4 primeiros dias em Santa Cruz. Quando chegamos fomos ao mercado comprar algumas coisas para comer no hotel e já tomamos o primeiro choque: as coisas custavam absurdamente caras. Um iogurte custava 5 dólares; um pão, 1 dólar; sorvete de fruta da Kibon custava 1,75 dólar; 1 chocolate de 100 gramas por 3,50 dólares; um mamão por 1 dólar.

E essa é a ilha mais barata, pois como é a mais desenvolvida, todas as coisas chegam do continente para ela e de lá são enviadas para as demais ilhas.

Ela realmente é a mais desenvolvida e tem muita opção de restaurantes, bares e lojinhas pela avenida principal. É muito gostoso passear a noite e ver o movimento. É tudo bem bonito e arrumado, os restaurantes dessa avenida são bem estilosos e a noite possuem uma iluminação que dão um charme mais especial ao local. Uma refeição nesses restaurantes variava entre 14 e 25 dólares por pessoa.

Claro que não foi em nenhum desses restaurantes que almoçamos ou jantamos rsrs. Umas 3 quadras para dentro da ilha tem uma rua com vários restaurantes muito simples, sem glamour ou decoração, mas que em compensação servem refeições fartas e gostosas por 5 dólares por pessoa. Foi aí que comemos rsrsrs.

A ilha de Santa Cruz conta também com muitas agências de turismo vendendo passeio (o que torna até difícil escolher em qual entrar) e muitas opções de hospedagem. Muito dificilmente alguém chegará a ilha sem um hotel ou hostel reservado e não encontrará lugar para ficar. Passamos uma noite em Santa Cruz depois que regressamos de Isabela e assim que desembarcamos no porto fomos procurar um hostel para ficar e não tivemos dificuldade de encontrar mais de uma opção por 40-50 dólares para nós três (menos que 40 dólares não encontramos).

Fechamos os nossos passeios com uma agência chamada Islas Lobos. É uma agência vermelha que fica numa esquina. Indicamos essa agência porque a gerente Julia foi muito atenciosa com a gente, ligando para várias empresas para tentar um preço melhor, inclusive para o Dani, já que nos passeios criança paga o preço de um adulto. Além disso, nos transfers entre ilhas, que custam 30 dólares por pessoa, ela conseguiu um desconto para pagarmos 25 dólares e o Dani foi sem pagar. Isso representou uma grande economia e nenhuma outra agência que entramos se ofereceu para tentar algo parecido. Fomos de Santa Cruz para Isabela. Depois voltamos de Isabela para Santa Cruz (não tem barco direto entre Isabela e San Cristobal) e depois fomos para San Cristobal. Foram 3 trechos sem que o Dani pagasse.

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Dito todas essas coisas, vamos aos passeios que fizemos.

TORTUGA BAY

No primeiro dia fomos conhecer a praia Tortuga Bay. Para chegar é necessário fazer uma caminhada de mais ou menos uma hora. A praia é linda, mas não pode entrar nela, pois a correnteza é muito forte, é praia apenas para surfistas. Na pontinha dela com a maré baixa forma uma piscina natural cheia de peixinhos, pelicanos, iguanas e até um tubarãozinho estava nadando por lá.

Caminhando um pouco mais para a direita chega-se a uma área de mangue onde as pessoas entram na água. Confesso que eu não gostei, achei o lugar feio e a água escura, então fiquei só um pouquinho e voltei para a piscina natural.

Andamos tudo aquilo com a expectativa de ir à praia e chegar a um mangue não me agradou, mais parecia que eu estava num rio do que numa praia. Dizem que por ali aparecem tartarugas, mas não vimos nada nesse dia.

Depois que entramos no mar, começamos a ser picados por um mosquito gigante, que depois descobrimos que se chama Tábano. Ele, na verdade, se alimenta de sal, mas ao tentar pegar o sal do mar na nossa pele nos dá uma picada bem dolorida. Vale levar um repelente para passar logo depois que sai do mar, porque incomoda bastante.

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EL CHATO E LOS GEMELOS

El Chato é uma fazenda repleta de tartarugas gigantes que vivem livremente na natureza. Essa fazenda fica na parte alta da ilha e o único jeito de chegar lá é através de passeio ou táxi. Conseguimos um táxi por 40 dólares para nos levar a esses dois lugares, nos esperar todo o tempo e nos trazer de volta. Se encontrar alguém para dividir o táxi, melhor ainda, será uma economia.

Para entrar na fazenda é necessário pagar 3 dólares por pessoa e o Dani não pagou. Essa região de Galápagos chove muito e na propriedade existem botas para que as pessoas usem durante o passeio, pois o caminho pode ser bem lameado. Nós fomos numa época que não estava chovendo, então não foi necessário usar a bota e não encontramos muita lama no caminho, mas é impressionante a mudança de tempo. Saímos da praia com um sol escaldante e quando chegamos a El Chato o tempo lá estava nublado e chuviscando. Quando voltamos para a praia no final do dia, o mesmo sol forte.

Pensamos que íamos ver uma meia dúzia de tartarugas gigantes nesse passeio, mas qual não foi a nossa surpresa quando acabamos perdendo as contas, de tantas que vimos. E elas eram realmente muito grandes. Quando nos aproximávamos um pouco mais, elas faziam um barulho horrível para nos amedrontar (e conseguiam rs). Apenas uma, a mais gigante e acredito que a mais velha, que não se incomodou de nos aproximarmos. Essas tartarugas vivem, em média, 200 anos. Muita coisa, né?

Depois de lá, fomos visitar Los Gemelos. São duas crateras grandes repletas de árvores e vegetação. É bonito, mas não vi nada demais. Não iria lá apenas para vê-las. Não é necessário pagar nada para chegar ao mirante que é possível ver esses buracos.

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PINZÓN

Pinzón é um passeio basicamente para fazer snorkel e observar a fauna marinha de Galápagos. Saímos 9hs e só voltamos 16:30hs. Pagamos 115 dólares por pessoa (o Dani pagou 90 dólares) e nesse valor estava incluído lanche, almoço, equipamento de snorkel, água e toalha.

Nossa primeira parada foi em Daphne, onde fizemos o primeiro snorkel. Como o Dani não sabe nadar muito bem, ele ia com o colete salva-vidas e ficava segurando uma boia redonda, que eu e o Cris nos revezávamos para puxar enquanto íamos nadando. É impressionante a quantidade de vida que vemos no mar de Galápagos. Muitos peixes, leões marinhos, tubarões. É muito lindo. Nesse primeiro snorkel, o guia nos falou que tinha tubarão dentro de uma rocha que estava uns 5 metros abaixo de nós. Um rapaz do nosso grupo desceu com a Go Pro para tirar uma foto e de alguma forma assustou os tubarões, que começaram a nadar embaixo de nós. Eram 3 tubarões enormes, que ficaram nadando uns 5 minutos antes de voltarem para a sua toca. Deu um certo medo, mas não podíamos deixar o grupo e voltar correndo para o barco, pois estava longe e assim seria mais perigoso. Era esperar eles voltarem a dormir e seguir o nosso snorkel. Depois disso o Cris ficou tenso e com medo de cruzar com tubarão de novo rs. No segundo snorkel, ele viu um tubarão e fez o Dani voltar para dentro do barco rs.

A verdade é que as pessoas de lá não parecem muito preocupadas. Elas realmente acreditam que o ecossistema é equilibrado e que os tubarões não irão atacar humanos. Para o Dani não ficar com medo, disse que os tubarões de Galápagos não tinham dentes e ele ficou super de boa vendo aqueles gigantes nadando bem embaixo de nós rsrs.

Nesse passeio tem uma parada de uns 40 minutos numa praia deserta simplesmente espetacular, com águas calmas e verdes. Segundo o guia, nessa praia milhares de tartarugas vem todos os anos colocar seus ovos. E não é que estávamos caminhando pela praia quando vimos uma sombra enorme dentro da água, bem no rasinho, e era uma tartaruga? Foi muito legal encontra-la ali.

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Para esse passeio é fundamental o repelente, pois aquela mosca gigante inferniza nessa praia. Nós não levamos e nos incomodou bastante, tomei várias picadas.

O segundo snorkel foi em Pinzón e foi tão espetacular quanto o primeiro. A única coisa que sentimos foi que a visibilidade não estava muito boa, a água estava bem mexida, com bastante areia e as fotos não deram muito certo.

A almoço do passeio não é nada demais, mas foi o suficiente para nos alimentar. Foi peixe grelhado, arroz e salada, e de sobremesa teve melão.

No geral gostamos muito do passeio. Eu mais do que o Cris, pois ele ficou passando mal, nauseado. Ele tem o estômago muito fraco para barcos. Graças a Deus o Dani ficou bem e aproveitou bastante o passeio. Infelizmente, nossas fotos aquáticas não deram muito certo, que peninha.

TOUR DE BAHIA

Esse passeio nós não iríamos fazer. Saímos do hotel com a intenção de ir para Las Grietas, que é um local com rocha de um lado e do outro, e no meio água do mar misturada com água doce, numa coloração verde esmeralda muito linda. Para ir para Las Grietas basta pagar um taxi aquático de 0,80 centavos de dólar e depois fazer uma caminhada até lá.

Só que quando chegamos perto do píer, eu senti necessidade de usar o banheiro e o Cris ficou píer me esperando. Quando eu voltei, ele tinha sido abordado por um dono de um barco que estava para sair para esse tour de Bahia, e que incluía também Las Grietas. Agora escrevendo para o blog, percebi que não tiramos nenhuma foto em Las Grietas, ficamos tão empolgados para curtir aquela água geladinha, naquele lugar lindo, que esquecemos completamente. Mas vai por mim, vale muito a pena ir lá. 

O preço normal do passeio é de 40 dólares, e ele nos cobrou 20 dólares por pessoa e o Dani não pagou. Ficamos tentados e fomos.

Só que nesse dia fazia muito calor e o passeio incluía fazer uma pequena caminhada numa ilha e andar de barco para avistar uma loberia, antes de enfim entrar na água. No fim, a gente preferia ter ido direto para Las Grietas e ficado todo o tempo lá. Nesse tour de Bahia fizemos um snorkel no mar antes de ir para Las Grietas e foi o primeiro do Dani, foi bem legal.

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ISABELA

Nossa segunda ilha foi Isabela. De Santa Cruz para lá são duas horas de barco e custa 30 dólares por pessoa (dá para conhecer um desconto com a agência Islas Lobos, como dito anteriormente).

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O mar é muito agitado de uma ilha para a outra, então é fundamental tomar o remédio pelo menos meia hora antes de embarcar. Não fizemos isso e foram as duas horas mais longas da nossa vida. O Cris foi o caminho todo vomitando e eu, mareada. O único que não sentiu nada foi o Dani.

Quando chegamos em Isabela descobrimos que tinha que pagar mais uma taxa para entrar nessa ilha, 10 dólares por adulto e 5 dólares por criança. Além disso, o táxi boat que em Santa Cruz custava 0,50 dólar, aqui custava 1,00 dólar.

Ficamos 3 dias na ilha, hospedados no Isa Mar Luxury hotel, com o qual também fechamos uma parceria. Nosso quarto era de frente para o mar, pé na areia. Passamos dias muito confortáveis. Na pousada do lado do nosso hotel, que era bem simples, mas também de frente para o mar e com ar condicionado, custava 60 dólares por noite. Acredito que outros hostals mais distantes da praia poderiam custar um pouco menos.

A ilha é bem mais rústica e a rua principal é bem feia comparada com Santa Cruz. Nessa ilha o restaurante mais barato que encontramos para almoçar se chamava Restaurant y Pizzeria El Aventurero. A refeição custava 7 dólares por pessoa, com uma sopa, prato principal, suco e sobremesa. A comida era muito boa e farta. Eu não tomei a sopa nenhum dia, porque para mim sopa não combina com o calor que fazia naquela ilha, mas os meninos tomaram todos os dias e adoraram. O Cris tomava a dele e a minha rs.

Dito isso, vamos aos passeios que fizemos na ilha.

LOS TÚNELES

Como o Cris passou muito mal no barco vindo para a ilha, ele não quis fazer esse passeio e ficou na praia em frente ao nosso hotel com o Dani, enquanto eu fui fazer sozinha.

Paguei 110 dólares e nesse valor incluía o equipamento de snorkel e lanche. 7h30min em ponto foram me buscar no hotel e 8hs já estávamos no barco para iniciar o passeio. Saímos de Isabela com o tempo nublado, mas felizmente o tempo abriu ao longo dia. Pelo caminho até a primeira parada íamos vendo a sombra de arraias gigantes, mas como estava nublado não conseguíamos ver muito mais.

Nossa primeira parada para snorkel foi numa área de mangue. Embora a visibilidade fosse ruim, vimos milhares de peixes e tartarugas gigantes, além de cavalo marinho e filhotes de tubarão branco. O mais legal nessa parada foi ver tartarugas. Eram muitas e muito grandes. Para todos os lados que olhávamos tinha uma. Cheguei a nadar cercada por 4 tartarugas gigantes. Muito show!!!

Nossa próxima parada para snorkel foi na região que dá nome ao passeio: em Los Túneles. Mas para chegar nessa área tivemos que passar com o barco por ondas enormes. Nessa hora o capitão do barco pede para todos ficarem sentados, com colete salva-vidas e se segurando firme. Esperamos alguns minutos até que ele encontrasse o momento perfeito para entrar pelas ondas e então o barco sai em disparada. Deu medo, não vou mentir. Nessa hora fiquei feliz do Cris não ter ido, porque enquanto esperávamos o barco ficou sendo jogado de um lado para o outro com força pelas ondas altas, ele com certeza ia passar mal.

Uma vez vencidas as ondas gigantes, chegamos numa área tranquila onde fizemos snorkel por mais 40 minutos. A visibilidade era melhor, mas vimos bem menos animais que no mangue anterior. Aqui vi tubarão também, mas bem maior nadando livremente embaixo de nós.

Quando voltamos para o barco, o pessoal do barco nos dá um banho de mangueira com água doce e toalhas, para nos secarmos e trocarmos, pois a próxima parada será em terra, para avistar os piqueros de patas azuis. Nesse momento fazemos o lanche, que poderia ser pão com queijo e presunto ou pão com patê de atum. Estava bem gostoso e o lanche era grande, cada um podia comer dois. Só faltou água no barco, a guia disse que esqueceu de levar. Por sorte eu tinha levado minha garrafa e não fiquei com sede, porque só tinha refrigerante e suco para beber.

Depois do lanche, caminhamos um tempo por Los Túneles e chegamos bem pertinho dessas aves tão bonitinhas. Além disso, quando olhamos para a água, vimos muitas tartarugas passeando tranquilamente pela água. Como nesse local a água é muito transparente, conseguimos tirar foto de fora da água e ver perfeitamente as tartarugas.  Muito show!!!

Depois disso, era hora de voltar para Isabela. Esse passeio dura em média 5 horas. Na volta tivemos que vencer as mesmas ondas gigantes, só que dessa vez muito pior, porque tínhamos que navegar contra elas. Caí na besteira de perguntar para a guia se o barco já tinha virado alguma vez e ela me disse com a maior naturalidade que apenas uma vez. Que???? Ainda acho que ela estava brincando, mas fiquei mais tensa para sair do que na hora de entrar. Graças a Deus correu tudo bem e chegamos em Isabela em segurança.

Existe um outro passeio de barco em Isabela chamado Las Tintureras. É o tour de Bahia de Isabela e vai em alguns pontos próximos a ilha para fazer snorkel. É bem mais barato que Los Túneles, custa 40 dólares, mas acabamos não fazendo, pois o pessoal da própria ilha nos disse para ir em Concha La Perla para fazer snorkel de graça e que veríamos os mesmos animais que íamos encontrar em Las Tintureras.

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CONCHA LA PERLA

Esse lugar fica do lado do porto de Isabela. Temos que passar por uma passarela de 130 metros pelo meio do mangue até chegarmos a uma plataforma que dá acesso a água onde é possível fazer snorkel e nadar com tartarugas, lobos marinhos, milhares de peixes e até pinguins. Não temos que pagar nada para ir a esse lugar, apenas fazer uma caminhada muito fácil e curta, que em condições normais não leva mais do que 10 minutos. No nosso caso, encontramos um “obstáculo” que atrasou um pouquinho rs.

Quando já tínhamos andado uns 50 metros encontramos com um lobo marinho obstruindo a passagem e que se recusava a sair do lugar ou a nos deixar passar pelo ladinho. Todo mundo que tentava se aproximar era expulso pelo lobo, que avançava ruidosamente para o lado da pessoa. Começou a acumular um grande número de pessoas na passarela esperando que o lobo marinho seguisse seu caminho e nos deixasse passar, mas ele não estava com muita vontade de ajudar rs. Ficamos mais de meia hora esperando o desenrolar dessa história. Alguns tentaram passar pelo mangue, mas a maioria do grande grupo ficou esperando mesmo. Uma pessoa que trabalha na ilha tentou espantar o lobo marinho com um galho, mas ele não se moveu grande coisa rs. Posso dizer que essa foi uma experiência típica de Galápagos, afinal nós estamos no espaço deles e não o contrário. Apesar da espera, foi divertido acompanhar a saga do lobo marinho tentando se arrastar os 130 metros da passarela para sair do caminho. Para nós é muito pouco, mas imagina para ele, que precisa se arrastar e puxar todo aquele peso, como deve ser difícil rs.

Nesse lugar, o único animal que não vimos dessa vez foi a tartaruga. O inédito foi nadar com pinguins. Nunca pensei que num lugar tão quente pudesse ter pinguins, mas lá estavam eles pescando naquela infinidade de peixes. Num determinado momento nadamos cercados por um cardume enorme e não conseguíamos ver outra coisa que não fosse peixe (e o pinguim para lá e para cá pescando). Espetacular!!!

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CENTRO DE CRIAÇÃO DE TARTARUGAS GIGANTES

Esse passeio também pode ser feito por conta própria e é uma caminhada relativamente curta, não mais do que 4 quilômetros ida e volta. O legal é que uma parte do caminho é feita por passarela, onde podemos avistar dentro do mangue muitos flamingos. Já tínhamos visto flamingos antes no Atacama e na Bolívia, mas nunca tão rosas como esses. Era impressionante a sua coloração. Depois do trecho sobre passarela passamos por um trecho com vegetação bem densa, parece uma floresta. É muito bonito e nessa parte vemos bastantes lagartos e pássaros.

Esse é um passeio totalmente grátis, pois não é cobrado nenhum valor para entrar no centro de criação. Lá é possível ver muitas tartarugas, muitas mesmo e em cada espaço tem uma placa explicando um pouco sobre aquele grupo de tartarugas, de onde vieram, quando serão reintroduzidas na natureza, etc.

Quando estávamos lá chegou um grupo com agência e guia, e conseguimos acompanhar um pouco mais das explicações deles, mas sinceramente, não é necessário.

Ao final, quando o Dani viu que eles iam embora de ônibus e nós íamos pegar a trilha de novo para voltar, me disse que queria estar no grupo do ônibus também rs. Éhhhh, na volta eu também queria, estava muito quente e abafado, mas voltamos andando mesmo hehehehe.

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PÔR DO SOL NA PRAIA

Como nosso hotel era de frente para o mar, todos os dias íamos apreciar o pôr do sol em um píer abandonado próximo ao hotel e aproveitávamos para caminhar um pouquinho pela praia. Em um dos dias o céu estava muito limpo e sem nuvens, e ficamos no píer até escurecer bem para ver as estrelas. Foi muito legal.

No último dia, como íamos embora logo depois do almoço, aproveitamos para curtir a praia em frente ao hotel. Perguntamos para o dono do hotel qual era o nome da praia, mas ele nos disse que ela não tem nome ainda. Para encontrá-la é fácil: é a praia que acompanha a rua principal. Ela tem bastante onda, mas dá para entrar. Vimos um filhote de tubarão bem no raso e quando nos aproximamos, ele foi embora. Na praia tem muitos pássaros e iguanas, e quando a maré está baixa forma uma piscina natural muito bacana cheia de peixinhos.

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SAN CRISTOBAL

Nossa última ilha em Galápagos foi San Cristobal. De lá saiu o nosso vôo para Quito. Como não existe barco direto de Isabela para San Cristobal, tivemos que voltar para Santa Cruz e de lá ir para San Cristobal. Para não nos sentirmos muito mal, fizemos essas duas viagens de barco em dois dias. Voltamos para Santa Cruz no final de um dia e fomos para a outra ilha no dia seguinte de manhã.

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Não tivemos que pagar nada para entrar em San Cristobal e o aeroporto era muito próximo da avenida principal, gastamos 2 dólares de taxi para ir ao aeroporto, muito melhor do que em Santa Cruz.  

Ficamos 2 dias em San Cristobal e não fizemos nenhum passeio pago, optamos por curtir as praias da ilha, que são muito lindas. Nessa ilha, os animais que mais vemos são os lobos marinhos, que são sua atração principal. Em qualquer praia que vemos, eles estão aos montes lá.

Pagamos 40 dólares por noite num hostel muito ruim, mas que ficava na avenida principal e tinha ar condicionado, muito importante para Galápagos, pois faz muito calor e é bem abafado.

Foi a ilha mais barata para almoçar: encontramos restaurantes com almoço a 4,5 dólares por pessoa.

É uma ilha mais estruturada que Isabela, mas menor que Santa Cruz. Das 3 ilhas, essa foi a nossa preferida.

Dito todas essas coisas, vamos aos passeios:

PLAYA MANN

Essa praia é bem perto do centrinho e é possível ir caminhando. Suas águas são tranquilas, apesar de ser de tombo e ter correnteza relativamente forte. A cor da água é incrivelmente azul e transparente. Tem muito lobo marinho na praia e como sua extensão não é muito grande, sempre tem algum na água passando pertinho da gente.  Acabamos indo dois dias seguidos, e no segundo dia tinha um lobo marinho meio estressado fazendo barulho e nadando de um lado para o outro, o que afugentou um pouco o pessoal rs. No fim, só eu e o Dani que permanecemos na água, o pessoal ficou com medo do lobo marinho. Para mim, ele estava procurando seu filhote.

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LOBERIA

Trata-se de uma praia bem selvagem e um pouco distante do centrinho, onde existe uma grande concentração de lobos marinhos.

Nós fomos de táxi e custou 4 dólares o trecho. Combinamos um horário com o taxista e ele voltou para nos buscar. Fomos pela manhã, mas não tinha muito lobo marinho lá, na cidade vimos muito mais. O legal foi que em um determinado momento um filhote de lobo marinho saiu do mar e veio se deitar do nosso lado, bem pertinho. Não podemos colocar a mão, mesmo que o animal deixe, porque em cada praia fica um policial garantindo a integridade dos animais.

Ficamos 2 horas na praia e foi demais, pois na hora que fomos não tinha muito o que ver. Recomendo ir na parte da tarde, que é a hora que os animais começam a voltar para descansar, ou então de manhã bem cedinho antes deles saírem.

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MIRANTE TIJERETAS

Esse passeio foi a cereja do bolo e a razão de termos gostado mais da ilha de San Cristobal.

Em frente à praia Mann tem um Centro de Interpretação que dá início a uma trilha para observar do alto a costa da ilha. Como fomos de taxi, ele nos deixou mais acima e pegamos um atalho, por isso a trilha acabou sendo mais curta para nós. De qualquer forma, na volta fizemos a trilha regular e ela não é muito longa, apenas é subida, mas é super fácil de fazer, o caminho é todo pavimentado.

Essa trilha leva a diversos mirantes, inclusive vemos uma estátua enorme de Charles Darwin no mirante Tijeretas. O mais legal, no entanto, é que desse mirante é possível descer até o nível do mar numa plataforma de onde as pessoas entram na água para fazer snorkel. Foi o melhor snorkel de todos os dias, de todas as ilhas. Foi o único de fato na praia, pois todos os demais que fizemos por conta própria eram em encosta de mangues e, embora tivesse muita vida marinha, a visibilidade não era tão boa assim.

Aqui estávamos na encosta da praia, com uma água muito transparente e cheia de animais. Vimos tartarugas gigantes, milhões de peixes dos mais variados tipos, pelicanos e piqueros de pata azul mergulhando e pescando bem na nossa frente e muitos lobos marinhos nadando despreocupadamente a nossa volta. Eles passavam muito perto de nós, a menos de um metro de distância.

Eu estava curtindo muito ver os lobos marinhos nadando tão pertinho da gente até que um filhote cismou com a Go Pro do Cris e começou a se aproximar demais, a ficar nadando em volta da gente e a avançar na Go Pro. Nesses momentos ele chegou a ficar a menos de 30 centímetros de distância, pensei que ia abocanhar a Go Pro e levar embora. Deu um pouco de medo e tivemos que sair da água para o filhote esquecer da gente. Não sei se existem relatos de ataques, não li nada a respeito, mas pelo sim pelo não, o melhor foi sair. Esse filhote ficava nadando a nossa volta e passando por baixo e o tempo todo nos olhando nos olhos. Muito esquisito, não sei porque ele ficou tão encanado com a Go Pro. De qualquer forma, esse foi o lugar mais perfeito que fomos para fazer snorkel e depois de uns 10 minutos fora da água, voltamos e não tivemos mais problema com nenhum outro lobo marinho.

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E assim acabaram os nossos dias em Galápagos. Foram dias muito intensos, de muitas atividades, mas amamos cada experiência, cada animal que encontramos pelo caminho. Nossa intenção com todas essas informações foi mostrar que é possível ir a Galápagos e aproveitar as experiências que a ilha oferece sem ter que gastar uma fortuna.

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Natany Gomes

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